Intense Love - Four

Sarah Elizabeth Narrando *

─  Corre Clarice

Eu corria o mais rápido que podia junto da Clarice, enquanto descíamos o barranco dois caras altos e barbudos vinham correndo atrás da gente eu olhei a Clarice que estava com os olhos arregalados e eu comecei a dar risada ,puxei ela para o lado do rio e corremos por ali, toda essa confusão por que eu não quis fazer sexo com um traficante de merda da Califórnia e por eu ter atirado no pé dele, eu estava adorando essa adrenalina que meu pai me proporcionou e eu estava adorando essa minha vidinha, hoje eu estou com 19 anos e eu acho que já tinha matado mais gente do que o furacão katrina, ri do suspiro de alivio da Clarice quando chegamos no carro, abri a porta do carro e entrei junto de Clarice que estava com cara de espanto, liguei o carro e sai dali o mais rápido que pude.

─   Quase morremos Elizabeth - Clarice me olhou - caralho estávamos totalmente desarmadas sua louca
─  Ele tentou me beijar porra e ainda passou a mão em mim - apertei o acelerador.
─   Você foi louca de chegar perto dele

Ri do jeito medroso e corajoso ao mesmo tempo dela, continuei fazendo meu trajeto ate minha casa e logo eu cheguei, era uma casinha caída que eu morava quando eu era pequena e eu voltei a morar aqui com meu pai depois do acidente...lembro das palavras dolorosas do meu pai dizendo com calma para mim que o amor da minha vida morreu e eu lembro de toda dor que eu sofri e sofro ate hoje, não gosto dessa casa por isso, a Califórnia me traz lembranças que eu só queria esquecer, coisas que pessoa nenhuma deveria lembrar, perder uma pessoa que você jurou amar, ate depois da morte eu jurei amar o Justin e é isso que eu estou fazendo, soube que a mãe dele se mudou para o outro lado da Califórnia depois da morte dele, ela deveria não querer viver com a lembrança de seu único filho morto, ate hoje sinto ódio daquele monstro que bateu no carro do Justin e o tirou de mim, ate hoje sinto que meu coração morreu junto dele, fui despertada do meu devaneio solitário com a Clarice falando

─   Olha amiga você tem que ter mais cuidado, se algum cara descobrir que você e eu morramos aqui...
─   Eu sei Clarice, fica calma esses traficantezinhos são fracos
─   Eu não sei como você consegue ser tão fria, as vezes eu acho que você não tem - interrompida.
─   Coração, pois eu não tenho Clarice, meu coração morreu junto do único cara que eu já amei na minha vida
─   ai amiga não fala assim
─  vamos entrar antes que alguém nos veja aqui

Meu carro ficou escondido naquela garagem como sempre, resolvemos deixar a casa caída assim mesmo, porque assim nenhum traficante nos acha e nos mata enquanto estamos dormindo, entramos e então ligamos a televisão, não tínhamos energia mais então Clarice inventou de fazer uma fiação aqui e foi muito engraçado por que ela levou um baita de um choque, fiquei de bobeira no sofá vendo televisão quando de repente eu escuto um barulho, me levanto assustado e então vejo a porta da sala abrir e um homem alto e loiro entrar ele olha tudo com uma cara de assustado e então se vira para mim finalmente me notando, ele arregala os olhos e eu dou um grito e então que Clarice aparece e o cara cai no chão da nossa sala, Clarice havia acabado de acerta-lo na cabeça  com uma frigideira, ando devagar ate o cara caído e então o viro de frente para que eu possa vê-lo, sua boca carnuda e rosada com um contorno perfeito, seu cabelo meio loiro, meio castanho e suas sobrancelhas grossas, meu coração que por muito tempo eu não sentia então se acelera não podia ser, não pode ser ele, toco em seu rosto e noto que Clarice me olha atentamente

─   Pega minha caixa abobora lá em cima , você sabe qual é

Clarice apenas assente e então sobe, , não por muito tempo eu não sentia isso, não sentia esse desespero doce  e amargo não podia ser, era impossível ser.